quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Cine no Coreto. Filme: "Ida" (03.10.2015)

Numa parceria entre o Coreto Cultural e a Cia. Cubo-Brasileira D'Artê, apresentaremos neste sábado (03.10.2015), às 19h, o "Cine no Coreto", onde exibiremos o filme "Ida" (uma produção da Cena Artêsta).

E venderemos cerveja, com o Barbearia Barões!

O Cine no Coreto é uma forma de promovermos a cultura na periferia de São Paulo, no João XXIII, e criarmos um evento propício às trocas e vivências pautadas na arte e no diálogo.

Venham todos prestigiar o evento!
Contamos com vocês.




Abaixo seguem-se as fotos do evento "Navê Literária & Sarau da Gruta" (26.09.2015), realizado no Coreto do Pq. Ipê, no João XXIII.










quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Navê Literária & Sarau da Gruta, no Coreto (26.09.2015)

Em parceria com a Cia. Cubo-Brasileira D'artê e o Coletivo Cultural da Gruta, convidamos a todos e a todas para participar do segundo evento literário que será realizado mensalmente, no Coreto do Pq. Ipê, no João XXIII. 

COM:

- Navê Literária: um experimento artístico-científico voltado para a criação literária
- Sarau da Gruta: uma vivência rito-poética de autoconhecimento e celebração da arte
- Trio Pulsante (Tom Barão e sua banda)
- Projeções (Cine Grutalta)
- Barbearia Barões (o bar da Cena Artêsta)

LOCAL:
Praça Carlos Alberto Figueira Leitão

(Praça do Coreto, situada na região Pq. Ype/Jd. João XXIII)

REALIZAÇÃO:
Coletivo Cultural da Gruta (Sarau da Gruta)
Cia. Cubo-Brasileira D'Artê
Coreto Cultural



quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Ida Literária na Grande Ida – Segunda Parte

Em 12 de setembro de 2015 a Cia. Cubo-Brasileira D’Artê se apresenta na Cidade Tiradentes, no Centro de Formação Cultural de Cidade Tiradentes, no evento 1ª Flict - Festa Literária Cidade Tiradentes, em mais uma GRANDE IDA, para mostrar as produções das 3 IDAS. Apresentamos a nova metodologia de Ida, batizada de Navê Literária. 

Artistas representando a Ida Literária: Javier Morejón, Denis Faria. 

A Cia. Cubobrasileira com a Ida Literária; a Neopardas com a Ida Imagética e a Id’Artê com a Ida do Corpo.

O evento contou também com a recém-formada Cia. Musik d’Artê, tocando a Ida Sonora com Tom Barão e banda.

E o Núcleo de Artes Afrobrasileiras da USP, com as performances realizadas pelas artistas Lili Carabina e Mari Rocha.

Link do evento divulgado no facebook: https://www.facebook.com/events/1686918608209426/

·      LINK DO BLOG Cia. Cubo-Brasileira D’Artê : http://ciacubobrasileira.blogspot.com.br















terça-feira, 8 de setembro de 2015

O que é a Ida Literária?

A Ida[1] Literária é um processo de investigação do imaginário usado para a criação literária. O processo consiste em duas fases, com duração total de 1h. Na 1ª fase realiza-se uma Ida de 10 minutos, após a qual, imediatamente (2ª fase), realiza-se a Dimensão Contextual[2]. Após o término da Ida Literária, ou durante a própria Ida Literária, os participantes podem produzir embasados dessa experiência, e enviar o material produzido em até 4 dias para a pessoa responsável. O material reunido será publicado posteriormente, através da Editora Navê[3], e também será veiculado nas mídias da Pós-Indústria de Cinema[4].

As 3 Idas
A Ida Literária é um projeto da Cena Artêsta, que acontece junto a outras duas formas de Idas: a Ida do Corpo e a Ida Imagética. A Ida Literária foi desenvolvida pela Cia. Cubo-Brasileira D’Artê, a Ida do Corpo pela Cia. ID’Artê, e a Ida Imagética pela Neopardas Cia. D’Artê. Juntas estas três Cias. realizam o projeto “As 3 Idas[5]”.
Cada uma das Cias. produz arte e conhecimento utilizando-se do método da Ida, mais o método da Dimensão Contextual. Isto é, produz arte e conhecimento a partir da incursão da consciência no imaginário, e na interação social entre os personagens identificados no imaginário pessoal de cada participante, num mesmo espaço físico, segundo determinadas regras existenciais pré-definidas.


Demais aspectos da Ida Literária
1.      O público da Ida Literária é formado por artistas, preponderantemente, pois a própria atividade é voltada para a criação artística, mas qualquer pessoa, artista ou não, pode participar da experiência, sem restrições de idade.
2.      A Ida Literária extrai das imagens interiores, visualizadas durante a Ida, os insumos criativos para a produção individual. Na Ida Literária, as imagens, portanto, são o arcabouço das palavras, são o seu trampolim existencial.
3.      A Ida Literária não é apenas produção literária, mas principalmente um processo de desconstrangimento e autoconhecimento da personalidade.




[1] Segundo o Conceito Ida: “é o deslocamento da consciência no imaginário, feito a partir de uma Origem e com um Término”.
[2] Segundo o texto “Dimensão Contextual”: “A Dimensão Contextual é um método de desenvolvimento e interação entre personagens oriundos do imaginário, num espaço físico”.
[3] Editora da Cena Artêsta, pertencente à Pós-indústria de Cinema.  
[4]  Ver o texto: “Pós-indústria de Cinema”. Exemplos de mídias: Periódico Nave, Rádio Chanel, Neopardas Cia. D’Artê, Cia. Cubo-Brasileira D’Artê.
[5] Ver o texto: “As 3 Idas”.

domingo, 6 de setembro de 2015

Ida Literária & Sarau da Gruta, no Coreto (22.08.2015)

Ida Literária + Sarau da Gruta + álbum "Pulsante", de Tom Barão - 22.08.2015



Depois de uma longa espera, e graças a iniciativa de alguns moradores do bairro do Jd. João XXIII e de outros colaboradores, nesse mês foi dado início as atividades artístico-culturais na Praça do Coreto, como Capoeira, Cinema, Slackcirco, e agora teremos o primeiro evento literário que será realizado mensalmente, todo penúltimo sábado, em parceria com a Cia. Cubo-Brasileira D'artê e o Coletivo Cultural da Gruta, tdos estão convIDAdos!!!


-18H ------>>>>>> IDA LITERÁRIA (Cia. Cubo-Brasileira D'artê)

Um encontro com a finalidade de, através de uma incursão no imaginário (a Ida), trazer as imagens obtidas da Ida para a realidade, ao espaço físico, e vivenciá-las e desenvolvê-las de alguma maneira com as pessoas no ambiente, segundo alguma regras estabelecidas para cada Dimensão Contextual (um método de desenvolvimento e interação entre personagens oriundos do imaginário, num espaço físico)

A dinâmica da Ida Literária consiste em fazer uma Ida de 10 min, e depois, imediatamente, começa a Dimensão Contextual, com duração de 50 min, totalizando 1 hora. Após, haverá um momento pra cada um fazer um registro escrito da sua Ida, ou então fazer em outro dia, e entregar, caso queira, pra formar um material que será apresentado num evento chamado Grande Ida, que ocorrerá uma vez ao final de cada mês.

Em síntese, é uma metodologia utilizada para produção artística, nesse caso em específico, a produção literária.

[Mais infos acesse https://www.facebook.com/pages/Cia-Cubo-Brasileira-DArtê/1020570987954487?fref=ts]


- 19H ------>>>>> SARAU DA GRUTA (Coletivo Cultural da GRUTA)

Um espaço para livre expressão das mais diversas vertentes da arte, com principal foco para a declamação de poesias.

[Mais infos acesse https://www.facebook.com/saraudagruta?fref=ts]


- 21H ----->>>>>> Nesse primeiro evento, a programação terá a participação especial de TOM BARÃO que recentemente lançou seu álbum "PULSANTE":

Tom Barão foi “criado” com base em outro personagem: “Tubarão-Baleia-Narval, do filme IDA (2013). Houve a associação do seu estilo agressivo de tocar com esta criatura que também emite um som grave e avassalador.
“Pulsante” é o primeiro álbum do músico paulistano da zona oeste. De formação clássica vivenciada na Europa, Tom mergulhou vertiginosamente nesse novo gênero, a Ida Sonora, cuja proposta conceitual foi criada pelo produtor Thiago Magnos e desenvolvida por Tom Barão e Alince (Aline Magnos).

Tom já havia feito uma incursão nesse gênero com a sua participação na “Primeira Playlist de Ida Sonora”, álbum lançado em 2014 pela Neopardas Cia de Artes. Não há monotonia no disco, a cada música nos são apresentadas outras dimensões de som e imagens. Vários instrumentos de sopro aparecem como no inusitado encontro do didgeridoo com o saxofone na música “Ridarco”.

E, sendo um disco conceitual ainda há o deleite de ser dançante e envolvente. Foi produzido pelo Pantera (Thiago Magnos).
O nome do álbum não poderia ser mais orgânico. Segundo Tom Barão, as criações em Ida Sonora não usam metrônomo e neste álbum, especificamente, foram utilizadas as pulsações do coração do próprio músico como Referência para a Ida.

TEREMOS VENDAS DE BEBIDAS
VENHAM TODOS OCUPAR A PRAÇA!!!!








 

 




Coreto do parque Ipê, João XXIII

sábado, 5 de setembro de 2015

Ida Literária na Grande Ida - Primeira Parte

Evento realizado pelas 3 Cias. D'Artê na Passagem Literária em 08/08/2015. Apresentação do álbum "Pulsante" de Tom Barão e sua banda e mostra das obras realizadas nos encontros Ida Literária, Ida Imagética e Ida do Corpo.
E em setembro: A Grande IDA (parte II) na Cidade Tiradentes (Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes)

Segue o link do vídeo-performance da apresentação da Ida Literária na Grande Ida - Primeira Parte:
https://www.youtube.com/watch?v=mJTVUpGwc34






Me dita ação
Por: Denis Faria

Estatua não me deixe ser como você
Não poder falar mexer amar viver
Não ter a máxima amplitude
Das cascatas e ondas da consciência
Estatua não permita sua solidão
Penetrar o âmago do meu coração
Tornar cálcio o fluído
O oceano da existencial transformação
Estatua por que ser concreto?
Por que ser imóvel?
Ser eternamente isso?
A resposta me veio do seu nada
É necessário se acostumar com o difícil
Para melhor fazer o fácil sem obstáculos
A permanência é uma qualidade
De poucos para poucos
Não há saída para essa ida.


Lábios presos
Por:  Javier Morejón 


Vejo um homem mudo, com os lábios presos e costurados, com os braços atados envolta do corpo e enfurecido consigo próprio porque as palavras não saem. Seus gritos solapados não ecoam no espaço circundante; a angústia em sua voz é latente escuridão em sua garganta. Embora tente libertar-se, como teme a libertação.  Contudo, tal homem ainda assim dança, mas como se fosse um peixe que se debate de angústia. Seu espírito quer libertar-se, mas sua voz permanece atada.



Lançamento do álbum "Pulsante", de Tom Barão + a Grande Ida, evento realizado pela Cena Artêsta, na Passagem Literária, dia 08 de agosto de 2015. Artistas representando a Ida Literária: Denis Faria e Javier Morejón.

Trechos do lançamento do álbum "Pulsante" de Tom Barão + A GRANDE IDA, evento que apresenta as obras produzidas nos encontros:

#‎Ida Literária
#Ida do Corpo
#Ida Imagética

Realização:
Neopardas Cia. D'Artê
Cia. Cubobrasileira D'Artê
Cia. ID'Artê
Passagem Literária

Literatura Idalta: Primeiro insumo poético da Ida Literária

Me dita ação
Por: Denis Faria

Estatua não me deixe ser como você
Não poder falar mexer amar viver
Não ter a máxima amplitude
Das cascatas e ondas da consciência
Estatua não permita sua solidão
Penetrar o âmago do meu coração
Tornar cálcio o fluído
O oceano da existencial transformação
Estatua por que ser concreto?
Por que ser imóvel?
Ser eternamente isso?
A resposta me veio do seu nada
É necessário se acostumar com o difícil
Para melhor fazer o fácil sem obstáculos
A permanência é uma qualidade
De poucos para poucos
Não há saída para essa ida.


Senso de Sensações
Por: Ricardo Vidal

Já estive no céu
Já estive no inferno e estar no limbo é saber falar a língua dos anjos
Ainda que o diabo lhe trague um cigarro.


Inaudita Voz
Por: Denis Faria

Que voz é essa misteriosa que indaga
Sob a origem do nada
Que voz é essa que perscruta
Incansadamente acerca da fatalidade
Do tempo e das amarras do espaço
Que voz é essa que se esconde
Entre as paredes do universo
Que voz é essa que sugere
Caminhos sem direção
Que voz é essa que insisti
Em abrir as portas da solidão
Que voz é essa que há muita custo se revela
Que voz é essa que emerge do caos
E como um alento renova arrebata e liberta
Mas em tudo coloca uma interrogação?
Essa voz que não encontra lugar
E nem se quer deseja razão
Não vem de Deus
Não vem dos Anjos
Ou dos Profetas
Essa voz que pretende ser singela
Ouça bem ou não
Vem do coração dos poetas.


Amor, Suor e Poesia
Por: Ricardo Vidal

A monotonia é cinza
as portas da solidão estão abertas...

Sonhos projetam as sombras da iluminação
planejam amar-te !
a-m-a-r-t-e acima de tudo
realizar-te com unívoca devoção
celebrar os frutos de nossa poética união

Andar pela cidade
amar pelas raízes
com flores de lealdade
e aquarela em nossas matizes

Reconhecer um no outro
o acalento que combate o frio
envolver-se em cada fio
no suor do nosso corpo

Combater com a nossa luta
toda pedra que torne a rosa bruta
entregar-se como filhos da classe operária
e amar-se como deuses subversivos

Declamar a poesia incendiária
para o mais perfeito plano:
flamejar nos braço e abraços
de quem mais amo

Todos os dias voltar pra casa
e voar fora da asa
como anjos da palavra
escrevendo com o céu da boca

Salivar com a mente solta
com o brilho da maior grandeza
combater a monotonia
com a força de nossa leveza

Amor, suor e poesia !
...as portas do coração estão abertas
entre se quiser
amor.


Lábios presos
 Por:  Javier Morejón 


Vejo um homem mudo, com os lábios presos e costurados, com os braços atados envolta do corpo e enfurecido consigo próprio porque as palavras não saem. Seus gritos solapados não ecoam no espaço circundante; a angústia em sua voz é latente escuridão em sua garganta. Embora tente libertar-se, como teme a libertação.  Contudo, tal homem ainda assim dança, mas como se fosse um peixe que se debate de angústia. Seu espírito quer libertar-se, mas sua voz permanece atada.


Esquadros – (para entender quem de dentro de si não sai...)
 Por: Debis Duarte
A Vinícius.

Um tanto de aspereza se contorcionava no parapeito da varanda que dava para uma praça singela e inóspita, arrefecida pelos vazios da existência. No fim da tarde tinha por costume soçobrar em veleidades e incongruências. Vez ou outra, recorria ao átimo de loucura interna que escorria pelas fibrosidades de seu ser – ineria à essa substância uma essência descolada do real. Tampouco, se sentia ou se percebia como parte daquele lugar.
Quando se demorava no parapeito era como se encontrasse um ponto de apoio, amornado, é verdade, mas o sentia, ainda que tivesse que farejá-lo agressivamente como cadela que é perseguida e encurralada pelas sutilezas do desejo. A vida, como força extrínseca, sucumbia naquela varanda. Despertava-se para algo interno, como quem vai a uma quinta num domingo pela manhã, visitar parentes antigos, há tanto esquecidos.
Essas Idas lhe insinuavam uma espécie de degredo involuntário, no entanto sua disponibilidade alardeava-se quando se dava conta de sua identidade esfacelada, esquecida, coabitada por seus fantasmas.
A certa altura, e cansado de ficar em pé, estático, observando tão somente as folhas das árvores que insinuavam um adeus outonal, decidiu sentar-se e acomodar-se numa cadeira mal disposta detrás de um vaso de açucenas – degeneradas pela ação do tempo seco que atropelava a cidade. Quando pousou seu corpo sobre a cadeira, um rangido o fez intumescer por dentro, como se o barulho revelasse sua fragilidade, despertando-o para o medo da queda. Curvando-se para frente, estendeu seus olhos para debaixo da cadeira e viu, ali, um dos pés frouxos. Estava tão indisposto que preferiu retroceder à posição inicial, num movimento suave e discreto, tratando de obedecer às leis da gravidade sem muita especulação.
Como de costume, ficava à espera de algo que lhe era bastante desconhecido, mas, vez ou outra, impunha seu olhar com mais contundência sobre os transeuntes que começavam a circular pela praça com o avanço da noite. Diante daquele silêncio fugidio, outros sons o perfuraram: um telefone, uma campainha, alguns carros engastalhados na rua defronte...enfim...todo um cenário caótico e, ao mesmo tempo, alheio. Ignorou todos e cada um daqueles ruídos, imergindo num ensimesmamento profundo.
Como a noite avançava, voltou para dentro de seu apartamento, encostou a janela de vidro e foi até a cozinha esquentar um copo de leite. Encostou-se na parede que separava a cozinha da sala. Aquele lugar e aquele copo de leite estavam impregnados de lembranças. Nas mãos, tatuadas pelos anos, o copo de leite o lançou a vários lugares – um deles: a sua própria infância. Lembrava-se de seu avô – homem sisudo e árido como o sertão –, nessa imagem encontrou ressonâncias. Foi até o espelho que ficava ao lado da televisão. Nele, observou os pormenores esquecidos em seu rosto. Em cada traço, em cada marca, encontrou suas heranças: era tão estéril quanto sua estirpe. Sentiu-se inabitável e solitário – e se percebeu assim, como se nos meandros de seus mistérios começassem a coagular significados capazes de capturá-lo. Uma falta de atenção o fez reter seu olhar na moldura de vime que enquadrava o espelho: nela viu as linhas emaranhadas de sua vida. Cada laço em um, cada um no outro e, nestes: seu Ser.
Se embruteceu quando voltou ao espelho, pois a imagem primeira havia se desconfigurado por completo. Era um outro Eu. Dissipado. Vadio. Insólito. Deu alguns passos como quem procura se desvencilhar de alguma coisa. Caminhou a passos curtos e apressados, sem olhar para trás. Suas pernas tropeçaram no braço do sofá, fazendo-o cair. Inerte, mirou a alvura do teto e dela se alagou.
O relógio despertava. Cinco e meia da manhã. Era preciso acordar. Levantar-se. Abrir a janela de vidro. Encostar-se no parapeito da varanda. Observar a gente que passava.






Festa Literária Cidade Tiradentes + A Grande Ida - Segunda Parte







A GRANDE IDA

12.09.2015
19hs


Caravana Idalta apresenta:

# Ida do Corpo (Ricardo Aparecido Silva, Cléia PLácido, Fabiola Camargo)

# Ida Imagética (Aline Magnos, Ateliê 3MariaS)


Tom Barão apresentando ao vivo o álbum Pulsante.


GRÁTIS

LOCAL: Centro de Formação Cultural Cidade Tiradentes,
na I FESTA LITERÁRIA DA CIDADE TIRADENTES.

programação completa aqui:




Navê Literária

Navê Literária

A Navê Literária[1] (a primeira Navê) é um sistema aprimorado de Ida[2]. A versão original da Ida consiste numa incursão da consciência no imaginário, com uma origem e um término, sendo dividida sua estrutura em: (1) a Referência, (2) o Registro, (3) a Incursão[3]. Na Navê Literária é acrescentada uma quarta função: a Incursão Parcial. A Incursão Parcial consiste numa pessoa que realiza a incursão durante tempo indeterminado e, quando da pausa da referência, a mesma se dirige à pessoa responsável pelo Registro e narra-lhe aquilo que ela visualizou imageticamente durante a incursão. Após o término de sua descrição, ou mesmo antes - segundo a regra pré-definida-, aquele que realiza a Incursão Parcial, quando da retomada da referência, volta novamente à incursão. Isto porque na Navê Literária a Referência não é constante: nos momentos em que ela ocorre, tanto aquele que faz a Incursão Completa quanto aquele que faz a Incursão Parcial estão ao mesmo na Incursão. Somente quando a Referência é interrompida é que aquele que faz a Incursão Parcial interrompe a sua incursão e narra àquele que faz o Registro o conteúdo de suas impressões imagéticas, enquanto a pessoa que faz Incursão Completa não interrompe a sua incursão, mas permanece nela da origem ao término.


Aspectos Sintéticos da Navê Literária

1.      Para que aja a Navê Literária são necessárias quatro pessoas. Uma para fazer a Referência, uma para fazer o Registro, uma para fazer a Incursão Completa, outra para fazer a Incursão Parcial.
2.      A Ida da Navê Literária é de longa durabilidade, com mínimo de 10 minutos de duração.
3.      A escolha da referência é importante, posto que a referência é o que determina o tipo de imagens que serão evocadas. Cada referência, portanto, deve ser criada segundo um tipo de necessidade existencial. Ou seja: a referência é o produto de uma escolha reflexiva.  
4.      A pessoa que faz a Referência não pode se demorar em voltar à referência, pois isso comprometeria a própria pessoa que faz a Incursão Completa. Por exemplo, se a pessoa que faz a Incursão Parcial demorar mais do que 1 ou 2 minutos para expor ao Registro suas imagens, a Referência deve retomar imediatamente o som que estava produzindo. Para tanto, 1 ou 2 minutos deve ser o limite da interrupção da referência e o prazo máximo para a Incursão Parcial passar a sua mensagem imagética ao Registro. No caso da mensagem ser dita rapidamente, em questão de poucos segundos, a Referência deve voltar à tona tão logo a Incursão Parcial tenha terminado sua transmissão, do modo mais sincronizado possível.
5.      O som produzido pela Referência deve ser constante, para que seja mais eficiente a amplificação das ondas do imaginário que estão sendo pescadas pela consciência.
6.      A Referência precisa produzir som, ondas sonoras, mas a maneira como o som é produzido e a característica que passa a ter é de livre criação. Vale dizer, de maneira nãoacadêmica e nãotradicional.
7.      Aquele que faz o Registro deve ficar como responsável pela observação do tempo estipulado de no mínimo 10 minutos de Ida. Quando o tempo de 10 minutos acabar, o Registro deve informar à Referência, e esta deve cessar sua função, dando término à Ida da Navê Literária.
8.      O Registro deve ocupar-se prioritariamente de registrar a Incursão Completa e a Incursão Parcial, procurando dar foco à totalidade do corpo.  
9.      A pessoa que faz a Incursão Parcial deve se concentrar para tentar encontrar imageticamente a pessoa que está fazendo a Incursão Completa. A 4ª função prevista na Navê Literária, assim, é um tipo de “tradutor imagético”, pois tenta captar e descrever as imagens daquele que executa a Incursão Completa.

Obs1: A Ida é de longa durabilidade para que dê tempo de que as impressões sejam mais intensas e profundas; e quanto mais longa for a Ida, maior a probabilidade de que o incursor manifeste um estado de hipnose ou transe. 
Obs2: A Navê Literária é uma técnica contemporânea de investigação/materialização do imaginário. Aqueles que a executam devem estar cientes de seus riscos psicofísicos, de suas normas estruturais e de suas proposições existenciais.
Autores: Javier Morejón, Denis Faria, Tom Barão e Rodrigo Olivo Scandaroli (Da Roça).



[1] De acordo com “As 3 Idas”, de autoria de Thiago Magnos, Aline Magnos e Javier Morejón.
[2] De acordo com Conceito Ida.
[3] De acordo com o Conceito Ida e o Modelo do Imaginário.